A loucura do amor
Cada vez que começo a pensar
sobre esse nome, chega a vir pruridos em meu corpo.
Não! Eu não me esqueci de tomar
banho e nem fiquei sem minhas capacidades mentais, mas penso no amor, como a
necessidade de banhar numa agua limpa e morna todos os dias.
Vejo o amor como a estabilidade
de um avião após a turbulência; sendo o piloto a parte da sua da mente racional. Ele sabe o que precisa ser
feito, conhece o avião e todos os seus comandos.
Os passageiros são toda sua
experiência de vida, seus medos, fraquezas, incertezas e certezas e toda sua
longa história que fora construída com o passar dos anos.
A paixão é a turbulência!
Mexe, sacode- nos e deixa-nos desnorteados
e incertos do que pode acontecer dali cinco minutos. Mas não há o que fazer, a
não ser passar por ela da melhor e mais segura maneira.
O amor é linear.
É o plano de voo traçado e
calculado.
Nele você tem o domínio do avião
da sua vida e dos passageiros da sua história de vida. Nele você é o
responsável e tem meticulosamente planejado o que vai acontecer.
Não que eu seja expert no amor,
mas quem sabe como mulher, vivo mais intensamente a arte de amar.
O amor tem a paciência de esperar
até que dados momentos de nossas vidas atinjam patamares almejados,
abaixamo-nos e nivelemos até a altura do outro para que se sinta confortável
com nossa presença e até mesmo com nossas bobas conversas. Vejo o amor como o
prumo que me nivela para compreender melhor o outro.
O amor consegue abafar (até certo
ponto) um ciúme que seria danoso num relacionamento ou até mesmo protetor ao
ponto de nos tornar altruístas de carteira assinada, mesmo que outrora
imperasse um egoísmo quase profano dentro de nosso coração.
Ah! O amor é desprendimento, é
individualidade compartilhada, é permitir que o outro entre numa zona que
outrora era como um campo minado. Ai de quem pisasse naquele lugar!
Vejo também como o desnude da
alma, onde nossas vergonhas e imperfeições são expostas em plena luz do dia e
ainda assim não seremos ridicularizados por aquilo, que para nós, muitas vezes
tem o peso gigantesco de vergonha ou constrangimento.
O que mais me impressiona é a
flexibilidade e extensão que o amor pode ter.
Ele se adapta em qualquer
ambiente, classe, cor, credo ou relacionamento, espaço, modo e tempo.
Entra em frestas minúsculas e
pode crescer até proporções descomunais. Cria laços, reforça elos, traz
identificação com o outro, une diferentes, solidifica o que já existia e
consegue permanecer intacto dentro de sua fonte, que somos nós mesmos.
Só amor faz o ser humano aceitar
condições que outro sentimento não teria tal capacidade de assimilar e até
mesmo transformar nosso eu interior de uma forma espetacularmente melhor.
O amor nos faz aceitar o
julgamento alheio e nem sequer nos importamos com o tal.
Então, nesse exato momento você
deve estar se perguntando:
- Por que então a loucura do
amor?
Porque só um sentimento tão puro,
cristalino é capaz de ser 100% doação!
Não espera NADA em troca ou
barganha. Ele simplesmente É.
Se tentarmos achar uma explicação
lógica para os amores que amamos (sim, um pleonasmo bem vicioso!), corremos o
risco de enlouquecer ou mesmo sermos taxados de loucos.
Porque é o momento que tocamos o
que há de mais puro e sincero dentro de nós, é esse sentimento chamado amor.
Quando falo disso, não me refiro
aos “amores” interesseiros, amizades que parecem ser totalmente transparentes,
porém não são, ou mesmo casamentos e relacionamentos por conveniência ou
comodismo.
Estou afirmando a respeito
daquele momento em que nos voltamos ao nosso coração e nos damos conta de que o
objeto do nosso amor pode não ser reciproco ou quiçá desmerecedor de algo tão
sincero e verdadeiro.
Aí então podem e muitas vezes nos
chamarão de loucos ou idiotas, porque um sentimento unilateral à primeira vista
parece um prejuízo, mas não é.
Nesse momento de total insanidade
eu digo que nessa vida eu levo prejuízo o tempo todo e mais ainda, eu me alegro
com o prejuízo que eu levo.
Porque cada vez que eu consigo
amar sem interesse, que eu me doo por completo por alguém ou para alguém é o
meu coração que ganha em qualidade, sou eu que me torno melhor como pessoa,
porque bebo de uma fonte que está dentro de mim mesma e tenho a capacidade e o poder
de matar a sede de quem está perto de mim.
Lembrei-me da música do Lulu
Santos que é realmente o que eu penso sobre o amor...
“Eu gosto tanto de você, que até prefiro esconder,
Deixa assim ficar subentendido
Como uma ideia que existe na cabeça e não tem a menor obrigação de
acontecer.
Eu acho tão bonito isso, de ser abstrato, baby! A beleza é mesmo tão
fugaz.
É uma ideia que existe na cabeça e não tem a menor pretensão de
acontecer.
Pode até parecer fraqueza, pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá isso vai sem eu dizer!
E se amanhã não for nada disso, caberá só a mim esquecer.
O que eu ganho e o que eu perco ninguém precisam saber.”
Apenas mais uma de amor- Lulu Santos
Ah! Essas loucuras do amor e de
amar...
O que eu ganho e o que perco
realmente ninguém precisam saber!
Genuíno amor! Parabéns pelo post!
ResponderExcluir